Os 3 monumentos de Cacilhas
Para quem, nos dias de hoje, decide visitar Cacilhas
atravessando o Tejo de cacilheiro na demanda de um bom repasto, já não
encontrará nenhum dos saudosos restaurantes que, ao longo de várias décadas até
1970, se situavam ao longo do primeiro troço do Cais do Ginjal.
Porém, deparar-se-á, logo após desembarcar no cais, com a generosa
oferta de restaurantes, muitos deles com esplanadas prazenteiras, que se situam
desde o “Largo de Cacilhas”, Rua Cândido dos Reis e ainda Rua Comandante
António Feio, onde pode saborear uma múltipla oferta gastronómica com
especialidades locais e comida tradicional.
Mas o se o visitante para além do intento gastronómico,
procurar alargar a sua curiosidade e interesse de melhor conhecer a localidade
de Cacilhas, o que é que “Cacilhas” tem para lhe mostrar e observar, para além
das excelentes vistas panorâmicas sobre Lisboa?
A informação que previamente recolheu ou lhe pode ser
prestada localmente, sobre locais a visitar em Cacilhas, incluirá:
Chafariz de
Cacilhas
Farol de
Cacilhas
Fragata D. Fernando
II e Glória
Igreja de Nossa
Senhora do Bom Sucesso
Moinho em
Cacilhas
Submarino
"Barracuda"
Raramente são referenciados a “Vela Latina” e o “Burro de
Cacilhas”, os quais conjuntamente com o Chafariz de Cacilhas, são considerados
os “3 monumentos” de Cacilhas, aos quais dedicamos este editorial.
A “Vela Latina” está localizada mesmo defronte do cais de
Cacilhas, como que a dar as boas vindas aos viandantes acabados de desembarcar.
Trata-se de uma enorme vela em aço, a fazer lembrar uma vela
de fragata do Tejo, com as frases de boas vindas coladas e assente num cubo de
pedra inclinado. É da autoria do Arquitecto Jorge Machado Dias e foi inaugurada
em Novembro (Dezembro?) de 1992.
Conforme a imagem que se apresenta, pode-se constatar
o estado péssimo de conservação em que se encontra com uma face do cubo
desaparecida (permitindo acumulação de lixo no interior da estrutura do cubo),
e outras deterioradas com graffitis.
As velas em chapa de aço, apresentam sinais de desgaste e
amolgamentos, fruto dos quase 30 anos de vida...
No que respeita ao monumento “Burro” de Cacilhas, como é
popularmente conhecido, tem a designação oficial de "Primeiro as
Crianças".
Trata-se de uma escultura feita em bronze, aço e inox, da
autoria de Jorge Pé - Curto, que propõe perpectuar o surgimento do parque
infantil, (daí o escorrega com 3 crianças) evocando também outro elemento que
faz parte da memória colectiva de Cacilhas: o burro
Está localizado num espaço de recanto na Rua Comandante
António Feio, Cacilhas
A data da sua inauguração teve lugar em 4 de Novembro de
2001.
Conforme a imagem que se apresenta, pode-se observar o seu péssimo
estado de conservação, repleto de graffitis e com pedaços da sua estrutura,
soltos, partidos ou desconjuntados.
Encontra-se há longo tempo rodeado por malha em rede, de
forma a se evitar o seu acesso por crianças ou mais “agressões” por gente mal
formada e incapaz de saber respeitar e preservar o património que dignifica o
local onde vive.
Em 2012, a 13 de Julho, e após estarem finalizadas as obras
de requalificação da Rua Cândido dos Reis, transformando-a em zona pedonal, foi
inaugurado com pompa e circunstância pela então edilidade da CMA, uma réplica
natural do mítico chafariz de Cacilhas, localizado à entrada daquela rua,
sensivelmente no mesmo local onde existiu o chafariz original que foi
inaugurado em 1 de Novembro de 1874, pelo então presidente na altura da Câmara
Municipal de Almada, Bernardo Francisco da Costa, e que foi desmantelado em
finais da década de 1940.
Decerto que sobre os 2 monumentos mencionados, a “Vela
Latina” e o “Burro” de Cacilhas, os nossos responsáveis autárquicos acompanham
as nossas preocupações e lamentos e em oportunidade serão feitas as respectivas
intervenções de restauro, provavelmente enquadradas em intervenções mais
alargadas que se projectam fazer no Largo e envolventes de Cacilhas.
Quanto ao chafariz, e o seu excelente estado de conservação
bem se pode dizer, nos tempos que correm, tratar-se de um milagre, e porque não
dizê-lo, do segundo milagre de Cacilhas, depois do milagre de 1 de Novembro de
1755, que Cacilhas comemora anualmente...
Um cumprimento ao leitor.
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