Assembleia de Freguesia de Cacilhas, por unanimidade, toma posição na defesa da população de Cacilhas.
29 de dezembro de 2011
22 de dezembro de 2011
"PASSOS MAL E BEM DADOS", de Alexandre Castanheira
O Professor Alexandre Castanheira, nosso amigo, Comendador
da Ordem da Liberdade da República
Portuguesa e um dos intelectuais e associativistas de referência do Concelho de Almada, esteve presente no
lançamento do livro “ Crónicas d'agora sobre Cacilhas d'outrora”, da
autoria de Luís Filipe Bayó Veiga. Associou-se ao evento declamando
o poema inédito de sua autoria: PASSOS MAL E BEM DADOS, que ofereceu ao autor
para divulgação.
PASSOS MAL E BEM DADOS
Passos…
Oiço passos!
Alguém passa
que reconheço ao passar.
Sendo já passado,
afigura-se-me bem presente,
ao passar jovial e compenetrado
por este Largo
hoje tão diferente dos tempos
em que passava a caminho da Parry…
Passou,
como
passavam tantos
que o
estaleiro albergava,
e um dia
deixou de acolher
-ele próprio
já passado
mas com
lugar cativo
na história
da construção naval-.
Ei-lo de
novo presente
sem a
azáfama dos sabedores operários
mas com
herdeiros de antigos marinheiros
que se
recusam a ser esquecidos…
E resolveram
aproar à história de Cacilhas,
qual
maravilhosa ilha descoberta
como nos
tempos do glorioso passado.
Naquela degradada doca esvaziada,
uma nobre e bela fragata
(para mim formosa caravela do passado).
Não há ondas, vagas alterosas,
o verde rio-mar é chão e dócil.
Até ali chega o forte cheiro do sal do Oceano
perfumando de
heroicidades passadas
este estranho e terrivelmente doloroso presente
de uma nau destinada à liberdade
ali amarrada, encurralada
entre quatro altas paredes
onde nunca desfraldarão as velas
com a prometedora cruz de Cristo,
nem mesmo quando o vento
oriundo das bandas da barra do Tejo
sopra afanosa e insistentemente os mastros nus;
aqueles de onde os jovens navegantes
(cansados, quando não aterrorizados
pelas inúmeras tremendas e súbitas tempestades)
perscrutavam formosas e cantantes sereias,
quantas vezes imaginadas em sonhos com o rosto
das belas aldeãs suas namoradas
que, no meio do aterrador oceano,
temiam não
voltar a abraçar…
Passado quinhentista:
Semeado de jovens corpos de rapazes
Arrancados à diária labuta agrícola
Das suas pequenas e pobres aldeias
E depois sepultados nas frias águas
em que tantas vezes soçobravam
As frágeis naus onde perdiam nome,
Que esse apenas era o que as
narrativas
Guardaram para sempre,
Almirantes com nome, cargo e
descobertas feitas.
Quanto à arraia miúda,
ah! Os pobres! Não faziam ideia de
que iam preencher
de lúgubre silêncio as dramáticas
páginas
da nossa epopeia trágico-marítima!
Neste
vergonhoso tempo de desmemória,
Herdámos ao
menos o modesto nome de Alex,
Herói de
outra história trágico-política,
Gravado em
placas hoje quase escondidas,
Ou
desaparecidas, tal como as paredes,
da
inesquecível Parry do ganha-pão
e dos homens
vigorosos e combativos
que lutaram lado-a-lado
com Alfredo Dinis
por uma vida
melhor e mais feliz.
Eles – anónimos como os homens
que enchiam o porão e o convés
das naus das descobertas –
lutaram contra o silêncio imposto
pelos habituais e demoníacos destruidores
dos inalienáveis construtores de um futuro
de paz, de progresso, de bem estar e amor.
Esses que fizeram regressar
de vermelho vivo vestido
o farol sonegado em tempos
aos habitantes desta entrada de Almada,
cidade verde, cidade solidária
que não esquece nem deixa esquecer os filhos
dignos da memória e da sua terra querida.
Que mais lhe irá acontecer
não o sabemos, mas oiço os passos,
vejo (sim, é possível!) os homens de
acção
a dar passos para transformar
o presente numa recusa total
aos que não amam Cacilhas e as suas
gentes!
Cacilhas, 17
de Setembro de 2011
Alexandre Castanheira
16 de dezembro de 2011
Homem de letras, figura com um forte vínculo à cidade de
Almada, cuja Câmara Municipal lhe atribuiu em 1995 a Medalha de Prata de Mérito
Cultural, foi autor de obras literárias, em especial, no âmbito do ensaio e da
biografia e colaborador assíduo da imprensa regional e local, em particular do
“Jornal de Almada”.
Personalidade de carácter multifacetado foi durante o seu
percurso de vida praticante de várias modalidades desportivas. Destacou-se no
râguebi, tendo sido campeão nacional da modalidade. Na juventude, foi militante
antifascista participando no MUD Juvenil. Assumiu, igualmente, cargos
dirigentes no movimento associativo.
Com “O Farol”, manteve uma relação de grande proximidade. A
afinidade entre os seus interesses culturais e os objectivos da associação, bem
como a amizade pessoal que o ligava a alguns membros da mesma, cimentaram essa
ligação. A sua empatia, a par do interesse e empenho em actividades de carácter
cultural, desportivo e associativo, espelhou-se, efectivamente, no seu
interesse por Cacilhas e as suas gentes. Deste modo, publicou diversos artigos
de interesse histórico local no boletim “ O Pharol”, órgão da nossa associação.
De momento, estava a colaborar connosco, integrado no
projecto da “Memória de Cacilhas”, fazendo parte da equipa dedicada à
apresentação de uma obra sobre a Margueira.
É com profundo pesar que registamos a sua partida! À sua
esposa e restante familiares, endereçamos os nossos mais respeitosos pêsames.
11 de dezembro de 2011
CONVITE - Lançamento do livro "Chireto"
O lançamento do livro "Chireto", de Miguel Almeida, terá lugar no dia 16 de Dezembro, pelas 16 horas, na sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia.
6 de dezembro de 2011
Exposição de Pintura de Maria Manuel Pires
A Exposição de Pintura em Óleo S/Tela, de Maria Manuela Pires terá lugar, no próximo dia 15 de Dezembro, às 18horas, no Fórum Romeu Correia / Bar, da Câmara Municipal de Almada, na Praça S. João Baptista em Almada.
A Exposição estará patente até dia 15 de Janeiro de 2012.
A Exposição estará patente até dia 15 de Janeiro de 2012.
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