A homenagem ao senhor Jaime Feio na Comemoração do
Centenário do seu nascimento decorreu dia 3 de Março de 2012 pelas 17h 30m em
Cacilhas, terra donde era natural, no Centro Municipal de Turismo, antigo
Quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, no coração desta terra, local
ligado ao seu tio e tutor, o António Feio, grande impulsionador de causas
cívicas, e o primeiro Comandante dos Bombeiros voluntários de Cacilhas.
O átrio do Centro do Turismo, estava completamente
repleto de familiares, amigos e cacilhenses, que se associaram a esta
homenagem.
No evento cuja apresentação esteve a cargo de
Henrique Mota, intervieram sobre as diferentes facetas da personalidade e
atividades do homenageado, os senhores Fernando Barão, Alexandre Flores, Louro
Artur, Orlando Pereira, José Manuel Rebelo, o representante da Junta de
Freguesia de Cacilhas, Reinaldo Marujo, o Vereador da Cultura António Matos,
José Manuel Maia – presidente da Assembleia Municipal de Almada, Carlos Albano,
Comandante Clemente Mitra, Presidente dos Bombeiros V. Cacilhas, Alexandre
Castanheira e Jorge Gomes Fernandes.
Em representação da família falou José Carlos
Almeida, esposo da senhora Maria Júlia Feio Almeida, filha de “ Jaime Feio”,
que esteve presente na Mesa da sessão.
Encerrou a sessão a senhora Presidente da Câmara
Municipal de Almada – Maria Emília Neto de Sousa.
O LEVANTAR DO NEVOEIRO
Era
um pequeno lugar aprazível
à beira de um majestoso
rio,
onde o sol vinha procurar
esconder
o perpétuo e triste
cinzento
com que um tenebroso
tirano
abafava as tão ansiadas
esperanças
de transferir para a
graciosa terra
o vivo e brilhante azulado
céu.
Era cinzento este marítimo
lugar,
qual promontório apontado
ao Tejo,
mas no mais denso e escuro
nevoeiro
sempre luminosos raios de
futuro
rasgavam de salvadores
apelos
em regular ritmo de
sibilação
o temeroso e desumano
presente
Farol! Certo!...Era, ali
estava um farol!
Mas ó deslumbrante e
generosa natureza:
semelhantes benquistos
raios verdes
cortavam em silêncio o
acinzentado espaço.
Vindos dos irisados olhos
das mulheres
e dos vigorosos
punhos erguidos
pelos tão saudados homens
de amanhã
Era gente resistente às
vis maldades,
ardentes edificadores
inultrapassáveis
do bom que devia ser o dia
seguinte.
Das suas mãos saíam úteis
projectos
de uma existência
diferente e sã,
dados a conhecer em forma
de manifestos
compostos pela tipografia
do Feio.
Eram esclarecedores apelos
e cartazes
que afirmavam ser possível
e urgente
gerar em Abril um mundo
novo,
conscientemente ajardinado
de cravos
nas armas de filhos do
povo
Firmes, vigorosos, pacíficos
homens novos
que a rejuvenescida
Cacilhas merecia
e o país liberto viria a
agradecer.
Alexandre Castanheira
Almada, 3 de Março de 2012
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