15 de março de 2012

HOMENAGEM CÍVICA A JAIME FEIO

A homenagem ao senhor Jaime Feio na Comemoração do Centenário do seu nascimento decorreu dia 3 de Março de 2012 pelas 17h 30m em Cacilhas, terra donde era natural, no Centro Municipal de Turismo, antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, no coração desta terra, local ligado ao seu tio e tutor, o António Feio, grande impulsionador de causas cívicas, e o primeiro Comandante dos Bombeiros voluntários de Cacilhas.
O átrio do Centro do Turismo, estava completamente repleto de familiares, amigos e cacilhenses, que se associaram a esta homenagem.

No evento cuja apresentação esteve a cargo de Henrique Mota, intervieram sobre as diferentes facetas da personalidade e atividades do homenageado, os senhores Fernando Barão, Alexandre Flores, Louro Artur, Orlando Pereira, José Manuel Rebelo, o representante da Junta de Freguesia de Cacilhas, Reinaldo Marujo, o Vereador da Cultura António Matos, José Manuel Maia – presidente da Assembleia Municipal de Almada, Carlos Albano, Comandante Clemente Mitra, Presidente dos Bombeiros V. Cacilhas, Alexandre Castanheira e Jorge Gomes Fernandes.
Em representação da família falou José Carlos Almeida, esposo da senhora Maria Júlia Feio Almeida, filha de “ Jaime Feio”, que esteve presente na Mesa da sessão.
Encerrou a sessão a senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada – Maria Emília Neto de Sousa.




 
O LEVANTAR DO NEVOEIRO

Era um pequeno lugar aprazível
à beira de um majestoso rio,
onde o sol vinha procurar esconder
o perpétuo e triste cinzento
com que um tenebroso tirano
abafava as tão ansiadas esperanças
de transferir para a graciosa terra
o vivo e brilhante azulado céu.

Era cinzento este marítimo lugar,
qual promontório apontado ao Tejo,
mas no mais denso e escuro nevoeiro
sempre luminosos raios de futuro
rasgavam de salvadores apelos
em regular ritmo de sibilação
o temeroso e desumano presente

Farol! Certo!...Era, ali estava um farol!
Mas ó deslumbrante e generosa natureza:
semelhantes benquistos raios verdes
cortavam em silêncio o acinzentado espaço.
Vindos dos irisados olhos das mulheres
e dos vigorosos punhos  erguidos
pelos tão saudados homens de amanhã

Era gente resistente às vis maldades,
ardentes edificadores inultrapassáveis
do bom que devia ser o dia seguinte.
Das suas mãos saíam úteis projectos
de uma existência diferente e sã,
dados a conhecer em forma de manifestos
compostos pela tipografia do Feio.
Eram esclarecedores apelos e cartazes
que afirmavam ser possível e urgente
gerar em Abril um mundo novo,
conscientemente ajardinado de cravos
nas armas de filhos do povo
Firmes, vigorosos, pacíficos homens novos
que a rejuvenescida Cacilhas merecia
e o país liberto viria a agradecer.

 Alexandre Castanheira

Almada, 3 de Março de 2012

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