Fica para sempre a memória de um apaixonado por Cacilhas e pelo Tejo, que pode recordar na sua dissertação sobre a a Margueira .
Dele que viria a falecer no dia 25 de Abril, dia duma Liberdade que sempre sonhou, e lutou para construir, recordamos um poema que ilustra o seu amor pela Liberdade.
Os degraus que nos levam
Ao patamar da vida
São de tamanhos diferentes
Criados por várias mentes
Esculpidos de dor e alegria
Como o tempo o ditou
Mas não pensem que terminou
A escada vai subindo
Sem corrimão
E a todo o vapor
Na torre de babel ninguém se entendia
Só quem queria
Esse é o momento
Em que as abelhas
Vão aprontando o mel
E os homens escalpelando a terra
Vulgarizando o mal e o fel
Mas o mais horrível
O não credível
É a guerra pela guerra
A puta da guerra
a guerra não traz soluções
traz mortes e desilusões
máfias e interrogações
é tempo de mudança
de luta e de esperança
a liberdade não tem cor
e tem todas as cores
a liberdade não é um acto isolado
não é uma etiqueta
é acima de tudo
um direito do planeta
J.F. 2006
Desde muito novo que o gosto pelas artes de palco foi algo de permanente na vida de Jorge Fialho, um lisboeta que muito cedo veio viver com seus pais para a vila da Trafaria. Nascido em 17 de Maio de 1949, Jorge Fialho fez os seus primeiros estudos na Costa de Caparica, vindo a concluir a 4ª classe na Escola Primária n.º 1 de Almada, sita no Campo de São Paulo. Frequentou o externato Frei Luís de Sousa e a escola Emídio Navarro, onde foi aluno do escritor e dramaturgo Fonseca Lobo, tendo acabado o Curso Geral dos Liceus.
Activo militante nos movimentos estudantis contra o Estado Novo, Jorge Fialho fez teatro amador nas colectividades Academia e Incrível Almadense, sendo muito apreciada, na altura, a sua maneira de representar e de declamar.
Possuidor de uma personalidade muito vincada, foi obrigado por motivos políticos a deixar o país, sendo, em 1969, aceite na Escócia como refugiado político.Artur Vaz publicou no seu livro " Almada Gente Nossa", uma entrevista biográfica de Jorge Fialho.
link --> ler a entrevista completa
3 comentários:
Jorge - "Face" The boys are going to miss you man. You were fun to be around and your passing is far too soon. We will have a drink in your honour. RIP.
Paul, Mark, Colin & Dave.
É sempre um choque. Paz à sua alma.
Só agora soube da morte deste grande senhor. Jorge foi um homem muito viajado. Tornou-se polivalente, ou seja dedicou-se, a varios campos na area da cultura, não o conheci pessoalmente, mas sei que era um grande amigo de um primo meu também ele já falecido.Panchito nome ficticio que os ingleses lhe davam, morreu novo, é pena, sei que ainda havia muitos projectos, para serem realizados, que não chegaram a ver a luz do dia. E para finalizar, queria lembrar que Almada cidade, que lhe era tão querida, não lhe deram o devido valor e a respectiva homenagem. Paz á sua alma.
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