16 de novembro de 2014

A apresentação de “Passeando por Cacilhas d’outros tempos”, por Henrique Mota


No passado dia 17 de Outubro de 2014, realizou-se no salão de festas da S. F. Incrível Almadense a apresentação do trabalho multimédia “Passeando por Cacilhas d’outros tempos” da autoria de Luís Bayó Veiga e Modesto Viegas, integrado na comemoração do 166º aniversário desta colectividade.

Com início às 21h 30m, e assistindo ao evento cerca de cem convidados, apresentou a sessão José Luís Tavares, presidente da Incrível. Luís Bayó Veiga fez, depois, uma breve apresentação da obra, seguida da respectiva projecção.

Para melhor nos guiarmos nesta viagem pelo passado, socorremo-nos das próprias palavras introdutórias dos autores, que nos dizem este trabalho tratar-se de :
“Um documento iconográfico, em suporte multimédia, que nos levará cronologicamente a um tempo de acontecimentos, de vivências, de memórias e porque não de saudades que, ao longo de mais de 100 anos e até aos anos 60 do século XX, fizeram parte de “Cacilhas d’outros tempos”
E,  por este meio,  percorremos com eles através da tela, ao longo de uma hora e quinze minutos, um caminho feito  de lugares e memórias, transmitido a um ritmo vivo, enquadrado por melodias de sempre, que só por si constituem um verdadeiro guião da música nacional.
Se encontrámos lugares comuns e recordámos antigas vivências, fomos também surpreendidos por imagens inéditas, que enriqueceram mais ainda este documentário.

Este ciclo de trabalhos, que tem vindo a evoluir de forma muito positiva nos últimos anos, vem lembrar-nos de que ainda há muito que inventariar e documentar relativamente ao património local existente.
Atentos à projecção das imagens, fica-nos a uma firme percepção da qualidade do produto final apresentado.
Conhecemos bem o percurso desta construção, realizada ao longo de muitos anos, fruto dum trabalho voluntário e altruísta de pesquisa, organização, montagem e produção realizada em condições adversas, sem apoios ou subsídios.
O sucesso da obra deve-se, à capacidade, dedicação, empenho e esforço dos próprios autores. O financiamento do projecto tem sido, igualmente, realizado pelos eles mesmos.
Para além de outras dificuldades superadas ao longo do caminho, o condicionamento do tempo de apresentação levou a que na montagem, os autores tivessem de eliminar muito tempo de projecção. Podemos, assim, afirmar que mais ainda ficou por dizer e mostrar…

Dadas as características do projecto multimédia, é certo que os autores irão continuar a apresentar-nos mais trabalhos seus, dando continuidade aos já conhecidos cinco temas:
“De Cacilhas ao Chiado, passeando pela Baixa”
“Do Rossio ao Marquês, passeando pela Avenida”
“Da Praça da Figueira ao Intendente, passeando pela Mouraria”
“Passeando à volta do Chiado”
“De Santa Apolónia a Alcântara, passeando à beira Tejo”

Não podemos deixar de referir que ambos os autores exercem cargos de dirigentes associativos. Para além dessa actividade, continuam, individualmente, noutras áreas culturais, a manter uma apreciável produção. No caso de Modesto Viegas, é de salientar o seu projecto "Fotografia da Natureza e Vida Selvagem". Interessa-se, também, pela recuperação digital de imagens/fotos antigas e degradadas. Tem vindo a participar intensamente na concepção, organização e operacionalização do arquivo do projecto “Memórias de Cacilhas”.
Quanto a Luís Bayó Veiga, publicou dois livros sobre Cacilhas:
“Cacilhas - Imagens d’antigamente“ em parceria com a “SCALA” e “Crónicas d’agora sobre Cacilhas d’outrora”, em parceria com o “Farol”. Passou este ano a exercer o cargo de director do boletim “O Pharol”. Encontra-se, permanentemente activo na área do coleccionismo, conseguindo adquirir novas imagens e documentos relativos ao património do Concelho de Almada. Do seu acervo privado bibliográfico pessoal consta, também, imensa documentação sobre a cidade de Lisboa...

Aproveitamos para felicitar a S. F. Incrível Almadense por mais este aniversário, ela que é mais antiga colectividade do Concelho de Almada.

Terminamos, agradecendo aos autores, não só pela apresentação pública deste excelente trabalho, mas também pela sua dedicação à comunidade, traduzida por esta prova de amor que legam ao “lugar” de Cacilhas e às suas gentes.



(fotografia de Gena de Souza)




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