17 de abril de 2013

Poesia Vadia


A poesia Vadia de 5 De Abril no "Chá de Histórias", foi mais uma vez uma Festa plena de originalidades, com a presença de novos poetas e declamadores que vêm até este espaço. Aqui vão ultrapassando a timidez, e vêm pela primeira vez declamar ou ler em público, os próprios poemas ou doutros autores. Sempre estimulados e apoiados por todos os presentes.

Também é local de encontro de outros poetas almadenses mais conhecidos como Nogueira Pardal, António Boieiro, e desta vez com a presença de Maria de Lurdes Brás que tendo mais notoriedade como fadista e com três CD publicados, nos declamou alguns poemas do seu livro.


CAI A NOITE

Cai a noite na cidade
Eu que procuro a saudade
P’ ra me dar notícias tuas
E com tanta escuridão
Nem os olhos da paixão
Me guiam por essas ruas

Não consigo encontrar-te
Procurei por toda a parte
Pelos becos e travessas
Estou cega de chorar
Cansada de procurar
E vejo o mundo às avessas

Meu pranto, vai esvanecendo
O nosso amor vai morrendo
Vou viver com a tristeza
Meu coração não entende
Como é que a gente se prende
A quem tanto nos despreza

Uma gaivota me visita
Bate na janela e grita
Não dês morada à saudade
Espelhado no meu rosto
Fica a marca do desgosto
Cai a noite na cidade

Maria de Lurdes Brás


A sessão terminou com dois poemas cantados à capela. Primeiro foi António Boieiro, que cantou "A morte saiu à rua" de José Afonso e Maria de Lurdes Brás terminou com uma canção dedicada a Amália Rodrigues.



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