18 de junho de 2009

A mensagem dos sócios fundadores em 2003

"O nome desta Associação está ligado ao enorme desejo que os Cacilhenses manifestam no regresso do seu Farol ao Cais de Cacilhas.
Desde 1886, data em que foi colocado no Cais, que ele ganhou o carinho de toda a população local, prestando um enorme serviço à circulação entre as duas margens, trazendo a bom porto, os barcos que enfrentavam o nevoeiro, guiando-os através da neblina com a sua luz e o apitar contínuo e ritmado da sua buzina.
Não pretendemos suscitar polémicas, ou mesmo carpir mágoas pela sua partida. Mas sim contribuir para o seu regresso ao Cais de Cacilhas, local donde nunca deveria ter saído."



O Farol continua a fazer parte da cultura dos Cacilhenses, e preenche também de forma indiscutível o seu imaginário. Ilustrando essa realidade estão o poema da Idalina Alves Rebelo e o trabalho fotográfico do José Luís Guimarães, demonstrativos do carinho que também os nossos artistas lhe dedicam.


NOSSO FAROL

Desde 1866 foste tu

Ante-âmbolo da nossa infância
Mirante dos nossos sonhos
Luz guardião da esperança
Que embalou nossos anos mais risonhos
Ex-libris d’um lugar harmonioso
Lá no alto como grande e distinto senhor
Como um verde mastro elevado e orgulhoso
Te mantiveste erecto, altivo em teu labor
De cintilante brilho te revestiste
Abrindo em tua luz verde esmeralda
os caminhos do rio que te embalou
E, em ti viveu...
E um dia sem aviso
Te arrancaram p’la raiz
e o lugar, que contigo foi feliz
Assim ficou castrado e entristeceu

E a tua formosa luz se apagou
Murchou p´ra sempre
Vivendo hoje somente
Em nossa saudosa mente

Poema Inédito de AnyAna







imagem de: José Luís Guimarães

Imagens da reconstrução do Farol






Fotografias de Fernando Alves

14 de junho de 2009

Do poeta do Rio de Janeiro, e amigo de Cacilhas, Ricardo Muniz de Ruiz

FAROL

Farol
Luz para navegantes.
Navegantes...
Seres que ousam sair a ermo
em busca do desconhecido
Romper barreiras
Expandir limites.

Talvez para encontrarem-se
Quem sabe para perderem-se
Mas nunca pra ficar no mesmo lugar.

Farol
amigo dos navegantes
Sob o luar das estrelas
Sobre o luar das vagas.

Vagas Estrelas Solitárias
Que juntas colorem a noite

Estrelas...
É o lugar onde cada sereia esconde seu coração
Escondem-no dos homens.
Esses seres impertinentes
que por elas perdem suas vidas.

Mas eles não reclamam
Antes de partir
Navegam o dorso das sereisas
E nelas depositam seu sêmem
Onde as sereias nadam, saciam-se, alimentam-se.

E semeiam novos navegantes
Para prosseguir o destino de seus pais.
Será que essa semeadura
É a origem da semântica ?

E o Farol ?

O Farol é uma estrela terrena
Sabe-se lá onde esconde seu coração
Assiste a tudo impassível
Apenas mostra o caminho
Cada um que saiba onde quer chegar.
Cada um que saiba onde quer se perder.

Ricardo Muniz de Ruiz
Rio, 13 de junho de 2009
especialmente para o Farol de Cacilhas

13 de junho de 2009

Concurso de Poesia “ A Liberdade “



Do Concurso de Poesia “ A Liberdade “ realizado na Escola Secundária Cacilhas-Tejo, publicamos os poemas classificados em 1º, 2º e 3º lugares.

Ao projecto” Historiando”, e aos professores que o dinamizam, assim como todos os professores apoiantes e alunos participantes, os nossos parabéns.




O LIMITE SEM LIMITE

Sonha,
Ambiciona,

Deseja sem limite.

Descobre,
Sobrevoa,

Quer sem limite.

Corre,
Agarra,

Alcança sem limite.

Cai,
Levanta

Agora, deseja, quer e alcança sem limite.

Ana Pessoa
(Primeiro Prémio)






SEM FORTUNA...

Livre céu
Vazio e amplo
Penetra a alma.

Observa o mar
Plana sobre ele,
Respira o sal
Solto de preconceitos.

Inspira o som,
Mesmo sem fortuna.
Agarra o cravo,
Vive a liberdade.

Ana Pessoa
(Segundo Prémio)





A LIBERDADE

Sente,
a brisa acaricia-te a face,
nua e rejuvenescida,
Sente,
o cheiro a percorrer-te o corpo,
são e enfraquecido.
Sente,
A liberdade a invadir-te a alma,
cansada e triste.
Sente,
as palavras falarem-te
à mente confusa e livre.
Sente,
em teu redor,
o calor humano,
a brisa fria
o cheiro intenso,
a liberdade viva
a mente constante...
Sente-te a ti próprio!

Joana Marques
(Terceiro Prémio)




11 de junho de 2009

O Farol já com cúpula!

Os fotógrafos de Almada mostram com as suas imagens a alegria que transporta o Regesso do Farol



fotografia: Fernando Alves


fotografia: Modesto Viegas

6 de junho de 2009

O Regresso do Farol

Um sonho dos Cacilhenses está a tornar-se realidade...



O Farol de Cacilhas, está-se a erguer de novo no seu Cais de Cacilhas, donde nunca deveria ter saído. Pois para além da sua faceta utilitária, ele tornou-se ao longo dos tempos um ícone da terra e da Cidade.
Foi musa inspiradora de pintores, fotógrafos , poetas e escritores, e tornou-se parte integrante da memória colectiva dos Cacilhenses.

O Farol - Associação de Cidadania de Cacilhas saúda este regresso, pois constitui uns dos objectivos principais da nossa associação, tal como o seu nome indica.,

E agora que só falta colocar a parte superior do Farol, e pintá-lo com o seu verde original, iremos certamente celebrar em festa a sua inauguração

Esta é uma grande vitória para o Povo de Cacilhas, e de todos que contribuíram para o seu regresso.

As pessoas que por cá residem, e mesmo os Cacilhenses que se encontram distantes da sua terra, não esquecem o Farol, o Chafariz e o Quartel dos Bombeiros, pois estes símbolos fazem parte integrante da nossa cultura e imaginário.

texto: Henrique Mota
fotografia: Modesto Viegas